sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 11

Explora todos os sentidos

Não precisas de juntar o olfacto, visão, tacto, audição e o paladar tudo na mesma frase. Mas tenta intercalar enquanto vais escrevendo. Traz o leitor para dentro da mesma sala que o personagem, faz com que ele também experimente.

Fecha os olhos e imagina o cenário à volta do teu personagem. O que vês? Bosques, praia, edifícios? O que cheiras? Talvez é a hora de almoço no verão e a rua cheira a sardinha assada ou frango grelhado? Ou talvez inverno e existe um leve aroma a pinho a queimar? Também pode simplesmente cheirar a frio e isso faz-te lembrar o Natal. Ou se viveres perto de mim, talvez estejam a fazer fogo de artifício e a rua cheire ligeiramente a enxofre. O que sentes? O sol na pele a aquecer-te, o suor a escorrer-te pela pele? O frio a congelar-te as orelhas, os lábios a gretarem? O que ouves? O fogo de artifício? As ondas da praia? A dança das folhas? O som do vento no trigésimo andar?

A Maria entrou na sala e estava de novo em casa.

O som do crepitar da lareira e o forte cheiro a pinho provavam a Maria que estava de novo em casa. Assim que entrou na sala e reparou na velha cadeira de baloiço da avó, o sofá com uma das pernas partidas pelo irmão e a mesa cheia de folhas desorganizadas do pai. O leve aroma da comida caseira da mãe traziam de novo memórias que a faziam aquecer por dentro e sentir-se revigorada.
Qual destas frases de faz sentir melhor?

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Como escrever um livro em 60 dias ou menos

Dedicação
Quer escolhas 60 dias, 30 dias ou 6 meses como o teu objectivo, tudo o que importa é que te dediques e imponhas um horário que fará com que o atinges. Escolhe um horário realista que possas cumprir. Um bocadinho todos os dias é melhor que tentar demasiado e desistir.

Como escolher o teu objectivo temporal? Começa por determinar:
- Quantas horas por dia consegues dedicar à escrita?
- Quantas páginas consegues escrever por hora?

Exemplo: Digamos que consegues escrever 2 horas por dia e 3 páginas por hora. Para escreveres um livro com uma média de 300 páginas precisas de 50 dias (300 paginas por livro/6 páginas por dia=50dias ---- não verifiquei as contas, mas vou acreditar a palavra do autor do artigo)

Processo de escrita
Para escrever um romance, é recomendado o método “Floco de Neve” original “Writing a Novel Using The Snowflake Method”. Um guia conciso que fará com que consigas escrever o teu romance se o seguires. Se perceberes inglês podes visitar o site e imprimir as intrucções para cada um dos passos.
Snow Flake Method for Writing a Novel (summary from http://www.advancedfictionwriting.com/articles/snowflake-method/) Irei tentar traduzir este método mais tarde.

1.Tira uma hora para escreveres um resumo de uma frase para a tua história.

2.Tira outra hora para expandires essa frase num parágrafo a descrever a composição da história, os conflitos e o final do livro.

3.Escreve um pequeno resumo para cada personagem.

4.Tira algumas horas e expande cada frase do resumo num parágrafo inteiro. Todos menos o último parágrafo deverá acabar em desastre. O último parágrafo deverá dizer como o livro acaba.

5.Tira um dia ou dois para escreveres uma página inteira acerca da descrição de cada um dos personagens principais e meia-página para os menos importantes.

6.Agora tira uma semana e expande a sinopse de uma página do enredo a quatro páginas de sinopse.


7.Tira outra semana e expande as descrições dos personagens num gráfico completamente desenvolvido e escreve os detalhes que sabes acerca de cada personagem.

8.Preparação para escreveres o primeiro rascunho: faz uma lista numa folha de cálculo de todas as cenas que irás precisar para transformares a tua história num romance .
9.(opcional) Volta para o word e começa a escrever uma narrativa da descrição da tua história.

10.Por esta altura, apenas senta-te e começa a escrever o primeiro rascunho real da tua história.

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 10

Evita “Senti” ou “Ele sentiu”

Não porque não podes falar acerca dos sentimentos dos teus personagens, mas noutro contexto.

Evita quando o estás a fazer porque é o caminho mais fácil. Lembra-te que também se torna o mais aborrecido.

Por exemplo, em vez de escreveres “Ele sentiu a noite a descer” experimenta descrever um bocado mais acerca da sua experiência. “A pele tremeu-lhe enquanto a escuridão assombrou os bosques; a falta de luz solar espalhou arrepios de desassossego pela sua espinha abaixo.”

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 9

Evita Listas

Por muito que queiras tentar preencher as páginas com palavras, se a história não for suficientemente forte para enche-la e precises de listar tudo o que acontece, lamento muito dizer-te, mas vai haver muita gente a bocejar.

Já imaginaste o que é receber um telefonema de um amigo a dizer: “Olha, vou de férias e na mala levo: quatro pares de meias e cuecas, porque vou lá ficar três dias, mas quero ter pelo menos umas extras. Levo também quatro pares de calças, mas seis t-shirts porque ainda não decidi bem o que quero e  algumas são mais para a noite enquanto as outra para poder passear. Ah! E sabes como é que são os produtos de hotel, por isso vou levar o shampoo o gel-de-banho e o amaciador. Mas não me posso esquecer do gel e do desodorizante. Como é que eu podia esquecer? Estão dois graus naquele fim do mundo, preciso de levar casacos.”



A certa altura com um telefonema destes vais acabar por virar-te para o teu amigo e dizer: “Meu, eu por acaso perguntei-te alguma coisa?” Até mesmo eu estava aborrecida enquanto escrevia e não acho que os teus leitores vão ficar muito interessados nos pormenores todos acerca do que vais levar.


É claro que a intercalação com o pensamento é bem melhor do que escrever uma lista completa: “Olha, vou de férias e na mala levo: quatro pares de cuecas e meias. Quatro pares de calças e seis t-shirts. Vou levar também o shampoo o gel-de-banho, o amaciador, o desodorizante e o gel. E ainda levo dois casacos.” Esse é definitivamente um não-não.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 8

Não juntes o “e” com o “depois”

Não é uma regra que deva ser aplicada sempre (acho eu), mas se utilizarmos muitas vezes compreendo que pareça que estamos simplesmente a tentar utilizar mais palavras ou fica confuso e desnecessário.


“Ela apertou o casaco, e depois pegou no chapéu-de-chuva.”

“Ela apertou o casaco e pegou no chapéu-de-chuva.”

“Ela apertou o casaco depois pegou no chapéu de chuva.”


(Segundo o exemplo dado pelo original em inglês, a virgula desaparece porque as frases tornam-se dependentes.)

domingo, 24 de novembro de 2013

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 7

Reconhece as características dos teus personagens


A tua personagem não é só o João. Ele é um homem.
Que tipo de homem?

Primeiro, que tipo de personagens precisas para popular a tua história?  O tema e cenário da tua história dita alguns dos teus personagens. Se a acção acontece na escola precisas de professores, alunos, auxiliares, pais etc. Mas eu não estou bem a ver o F.B.I  a passear pelos corredores da escola, a não ser que por alguma razão realmente precises do F.B.I lá.

A maneira mais fácil de criar alguns personagens interessantes é utilizando características e habilidades de pessoas que realmente conheces e os juntes numa pessoa só. Ao juntar amigos num só personagem, podes criar combinações originais.

Faz listas acerca das características dos teus personagens de forma a que não os mistures. Faz-lhes perguntas.

Eu fiz um exercício do livro “Writing a Novel and Getting Published for Dummies” e diverti-me imenso. Não só fiz estas perguntas aos meus personagens como a algumas amigas para poder entender em que extensão estava a usar pessoas que conhecia nos meus personagens. O resultado foi interessante.

Algumas das perguntas:
Qual a cor preferida do João?
Qual foi o sonho mais assustador que ele já teve?
Que tipo de revistas é que ele lê?
Se existisse um filme sobre a vida do João, quem achas que ele queria que o interpretasse?
Quem foi o primeiro amor dele?
Se ele tivesse uma tatuagem onde e o que seria?
Como é a voz dele?
Como é que ele anda?


Eu quando fiz estas perguntas aos meus personagens descobri coisas sobre eles que ainda não tinha pensado. Por exemplo, houve uma personagem em que eu lhe fiz a pergunta da tatuagem e depois ela respondeu: “’pera aí, mas eu tenho tatuagens. Elas são aqui, aqui e ali. E são disto aquilo e aquilo. Como é que tu ainda não sabias disso?” Porque nunca tinha pensado nisso, mas a única maneira desta personagem fazer sentido na minha cabeça era realmente com essas tatuagens. E não é só por ela ser gótica e eu ser preconceituosa ao ponto de achar que todos os góticos têm tatuagem, mas porque todas estas tatuagens têm um significado para ela, principalmente a das omoplatas que diz: “Eles temem aquilo que te torna diferente”.

 Isto não significa que precisas de encher as páginas do teu livro com estes traços, alguns nunca vão ser usados na tua história e servem apenas para os conheceres melhores e criares personagens mais realistas.

sábado, 23 de novembro de 2013

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 6

Esta é muito boa para mim também. Ainda bem que estamos quase no Natal (mais ou menos) e deu-me para isto. E ainda bem que estou no processo de edição.

Livra-te das palavras que não precisas

Em inglês existem muitas listas de palavras desnecessárias, mas em português a única coisa que encontrei foi isto.  

Demasiadas palavras fazem com que o leitor comece a bocejar. Por vezes, as palavras podem ser apagadas e outras arranjada. Lê a frase em voz alta primeiro com as palavras desnecessárias e depois sem. Qual delas fica melhor?


Também é um erro que cometo algumas vezes, mas agora que quero exemplos não me vem nenhum à memória.  Mas traduzindo alguns dos exemplos:

Ela disse-me que não haveria possibilidade de ser feito.
Ela disse-me que não podia ser feito.

Eu queria fazê-lo.
Eu queria fazê-lo.

Eu estava realmente muito contente por ela ter dito isso.
Tenta uma palavra diferente:
Eu estava radiante por ela ter dito isso.

O meu pesadelo: o uso excessivo de realmente, muito, simplesmente, na verdade, apenas, entre outros.

Com sorte, quando acabar todas as dicas já estamos mesmo na altura do Natal. E pode ser que eu esteja bem disposta e decida dar mais presentes. (Uau! 12 presentes e a possibilidade de dar mais? Não acredito o quão generosa sou!)

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 5

Linhas de abertura


I remember that it hurt. Looking at her hurt. ~ Rusty Borgens do filme Stuck In Love

Stephen King passa meses a pensar nas frases de abertura. 

Não importa o que escreveres se não colares os leitores desde o início, ninguém se vai dar ao trabalho de ler o que escreveste. É um trabalho injusto, passamos séculos a desenvolver isto tudo e até podemos ter um trabalho fantástico, mas se a primeira página for menos do que cativante, ninguém quer saber. E porque haveriam, certo? Com um filme mau pode ser no máximo duas horas, mas num romance estamos a falar de mínimo de dez horas. Ninguém quer chegar ao fim e dizer: Ok, isto foi um desperdício de tempo! (Então porque é que os professores nos obrigam a ler aquelas coisas horrorosas nas aulas de português?)

Já perdi a conta à quantidade de websites que li acerca do assunto, mas dizem todos basicamente o mesmo.

Writer's Digest: How to write a great opening line
Creative Writing with the Crimson League: Writing your Novel's first line
GoodConten,co: How to start an article with a killer opening line

Parece mais fácil do que é. Mas um boa linha de abertura – não, uma óptima linha de abertura vale a pena. 

Podes começar a escrevê-la e achar que está perfeita, ou podes tentar reescrevê-la cinquenta vezes. Faz o que precisares. Mas não te tornes demasiado técnico/a. Este é um dos processos intuitivos que precisas de trabalhar.

Se a primeira linha está a dar muito trabalho, salta-a. Por vezes os escritores só conseguem lembrar-se da primeira linha depois de terem escrito a última.

A primeira linha vale tudo. Marca o tom do livro, conecta o leitor com o personagem ou o narrador, dá pistas para algo que vai acontecer. Tu queres que o leitor se incline, olhe para as palavras e assente enquanto diz “Uau! Isto vai ser bom.”

Podes tentar este site para inspiração ou dar uma vista de olhos em algumas linhas de abertura de outros escritores.

“It is a truth universally acknowledged, that a single man in possession of a good fortune, must be in want of a wife.” 
 Jane Austen, Pride and Prejudice

“It was a bright cold day in April, and the clocks were striking thirteen.” 
 George Orwell, 1984


“If you're going to read this, don't bother.” 
 Chuck Palahniuk, Choke

“Mr. and Mrs. Dursley, of number four Privet Drive, were proud to say that they were perfectly normal, thank you very much.” 
 
J.K. Rowling, Harry Potter and the Sorcerer's Stone

“My name is Salmon, like the fish; first name, Susie. I was fourteen when I was murdered.” 
 
Alice Sebold, The Lovely Bones

“When the phone rang, Parker was in the garage, killing a man.” 
 Richard Stark, Firebreak

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 4

Sai fora desse esgotamento de escritor

Este aqui parece estar a falar directamente para mim. Não que eu esteja assim tão mal, mas não gosto muito da parte de edição e por vezes fico frustrada.

Writers’s Burnout tem a ver com evitar tudo o que esteja relacionado com a escrita. É como se até mesmo levantar os dedos para escrever fosse uma tarefa. E sentes que escrever não te leva a nada. Pode-se manifestar fisicamente, em forma de dores de cabeça, irritabilidade, falta de sono e cansaço.

Descansa um bocado. Tal como um trabalho “verdadeiro” é preciso descansar um bocado. Marca uma semana quando possas afastar-te do teclado. Desfruta do quer que te dê energia: pessoas, natureza, silêncio, música, etc.

Sugestões:

1. Arruma o teu local de trabalho. Tens um monte de notas? Livros? Canecas de café? Encontra lugares onde possas pôr tudo. Pode até apetecer-te limpar o pó.

2. Lê. Lê qualquer coisa, quer seja o teu género ou não. O que é que gostas do que estás a ler? Do que é que desgostas? Existe qualquer coisa nesse livro que desperte à atenção. Um momento ah-ah? Anota e continua a ler.

3. Lê livros de “Como escrever livros”, ela até sugere o livro de Stephen King “On Writing”. Toma notas, mas não voltes para a escrita até teres a certeza que consegues usar alguns dos conselhos.

4.Escreve algo só para ti. Diário. Tenta escrever algo novo, como poesia ou não-ficção. Algo que não planeis em mostrar. Deixa simplesmente que as palavras venham.

5.Tenta escrever o teu trabalho actual, mas de uma perspectiva diferente. Estás focado/a num personagem? Só por hoje põe-te na pele de outro personagem. (Estou presentemente a tentar escrever várias cenas na perspectiva de outros personagens e está a ser bastante divertido ver as diferentes vozes deles a mostrarem-se.)

6.Escreve listas (Yay! Listas! Adoro listas!). Tira tudo o que não presta da cabeça e escreve no papel onde podes organizar.

7.Vai dar uma volta (ao bilhar grande). Vai à praia, museu, cinema, ou passear. Leva um amigo a almoçar.

8.Às vezes ajudar os outros ajuda-te. Aproveita o tempo para ajudares no banco alimentar. Escreve uma carta à mão a um amigo que não vês a algum tempo. Manda flores a alguém… só porque sim.

9.Podes tentar falar com um profissional acerca da tensão ou indiferença que está a crescer dentro de ti.


10.Faz meditação. Respira. Toma conta de ti primeiro. Afasta-te um bocado. As pessoas irão entender.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 3

On the third day of Christmas my true love sent to me..."

Sintaxe. O que é?

A Wikipedia é um génio:

Sintaxe (pronunciação no AFI[sí'tasɨ]) (do grego clássico σύνταξις "disposição", de σύν, transl. syn, "juntos", e τάξις, transl. táxis, "ordenação") é o estudo das regras que regem a construção de frases nas línguas naturais.1 A sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e das frases no discurso, incluindo a sua relação lógica, entre as múltiplas combinações possíveis para transmitir um significado completo e compreensível.

Exemplos:

Eu escrevi um livro. Eu espero que as pessoas o comprem.

Vamos ligar as frases

Eu escrevi um livro e espero que as pessoas o comprem.
<Neste caso  o ponto final desaparece e o “e” funciona como conector.

Eu escrevi um livro, eu espero que as pessoas o comprem.
<Se quisermos voltar a utilizar o sujeito, neste caso já precisamos da virgula, mas também podemos utilizar  “, e”

Enquanto eu escrevia o meu livro, eu esperava que as pessoas o comprassem.
< A segunda frase fica dependente da primeira devido à utilização do modificador. Não podemos escrever simplesmente: “Enquanto eu escrevia o meu livro.” Todos ficariam “O quê? O quê? O que aconteceu enquanto escrevias o teu livro?”

Agora se mudarmos a ordem das frases:

Eu espero que as pessoas comprem um livro que escrevi.

Podemos até acrescentar informação que não precisa de lá estar necessariamente e que não altera em nada a originalidade da frase:

Eu escrevi um livro e, é claro, espero que as pessoas o comprem.

Da mesma maneira que acrescentamos a informação que não diz nada, também podemos inserir algo que altera a primeira frase. E neste caso a conjunção “e” vem depois da frase não essencial.

Eu escrevi um livro, o que foi fantástico para mim, e espero que as pessoas o comprem.


As virgulas, os ponto e virgulas, os dois pontos e os travessões, assim como os pontos finais, são definitivamente a pior parte de edição e onde temos de verificar se está tudo no lugar certo, mas se forem como eu e não souberem exactamente onde fica o lugar certo, o trabalho pode ficar muito mais complicado. Eu sugiro que façam uma pequena pesquisa sobre o assunto antes de terminarem.


Nop! Scratch that. A pior parte da edição é saberes o que está de errado com o primeiro rascunho, mas também não saberes o que fazer para mudar. Aqui fica uma fotografia de mim a trabalhar:

domingo, 17 de novembro de 2013

O "disse" está morto!

Esta publicação foi transferida para o meu site novo: www.patricia-morais.com

Podes ler aqui.

50 Dicas para Escrever Melhor - Dica Nº 14, 15, 16 e 17

Esta publicação foi transferida para o meu site novo: www.patricia-morais.com


50 Dicas para Escrever Melhor - Dica Nº 13

Esta publicação foi transferida para o meu site novo: www.patricia-morais.com

Podes ler aqui.

50 Dicas para Escrever Melhor - Dica Nº 12

Esta publicação foi transferida para o meu site novo: www.patricia-morais.com

Podes ler aqui.

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 2

O segundo presente, enquanto correcto na teoria, na versão inglesa acho que não foram dados os melhores exemplos.

Modificadores fora do lugar

O que são? Palavras ou frases que modificam outras palavras ou frases. Como: só, quase, raramente, mesmo, embora…

Por exemplo, a frase:

Eu só falo português.
< Significa que não falo mais nenhuma língua. Não falo Mandarim (mentira consigo dizer algumas coisas, muito pouco), não falo inglês, italiano ou francês.
(Também é mentira porque sei falar inglês, e sei uma nadica de italiano e francês.)

A frase:

Eu falo só português.
< Significa que não faço mais nada a não ser falar a língua. Não escrevo e não leio.
(Agora alguém me explique como escrevi isto porque eu não faço ideia)

Eu só comi vegetais. < Não comi mais nada sem ser vegetais. Eu comi só vegetais. < Não fiz mais nada com eles. Não os plantei, não os colhi.

As frases:

Eu raramente venho aqui.

Eu venho aqui raramente.
< Podem não gerar muita confusão porque de uma maneira ou outra significam o mesmo.

Mas:

Estão quase todos atrasados.
<Significa que quase todas as pessoas que eram para chegar a horas não o fizeram.

E:

Estão todos quase atrasados.
<Neste caso estávamos todos prestes a chegar atrasados, mas conseguimos chegar a horas. (Nesse caso quem quer que disse isto deveria parar de se queixar porque consegui chegar a horas.)

Perceberam?

sábado, 16 de novembro de 2013

Os 12 Presentes de Edição para o Natal - Dia 1


"On the first day of Christmas my true love sent to me..."


Ok, ainda não está propriamente na época festiva, mas estão 9ºC graus lá fora e de manhã chega aos 2ºC, por isso cheira a época festiva. Além disso a música "the weather outside is frightful, but the bed is so delightful" não me sai da cabeça.

Mais ainda, ontem montámos a nossa árvore cá em casa e no dia 5 montei a de Portugal. Para mim o Natal chega sempre cedo.

Dito isto acho que não está bem na altura dos 12 Days of Christmas, mas como li isto hoje achei melhor escrever antes que esquecesse. Podem reparar no quão fraca anda a minha memória se olharem para a quantidade de tempo que me esqueci de escrever alguma coisa.

Os 12 presentes de Edição para o Natal de Writing Widly

Pontuação no Diálogo

(Isto vai ser mais complicado porque ela está a dar muitos exemplos em inglês e não dá propriamente para caso e este.)
traduzir pontuação para português, portanto vejam este

– Amanhã vai chover – disse o Manuel. – O céu está muito escuro.

Segundo o ciberdúvidas também podemos usar transições do discurso directo para o indirecto “Amanhá vai chover, disse o Manel.” E a virgula marca essa transição, mas é menos comum e geralmente usamos o travessão.

Aqui fica a parte que eu tinha mais dificuldade quando comecei a escrever: onde pôr o ponto final?

Se escrever apenas:

Amanhã vai chover.
<É fácil, mas quem disse isto?
Quando o verbo declarativo (disse) é introduzido logo a seguir ao interlocutor não se coloca o ponto final e o verbo é escrito com letra maiúscula.
Amanhã vai chover disse o Manel.

Agora:

Amanhã vai chover. – O Manuel voltou-se da janela para a sala. – O céu está muito escuro.
<Primeiro, quero dizer ao Manuel que isso do céu estar escuro não quer dizer nada. Em Londres está sempre escuro e apesar de chover muito, não chove todos os dias em que o céu está escuro.
Segundo, os travessões separam o discurso directo e indirecto, mas não existe utilização do verbo declarativo, o discurso directo representa uma informação de contexto.

 E a maneira mais fácil de entender é tratando as frases de forma individual.

Amanhã vai chover.

O Manuel voltou-se da janela para a sala.

O céu está muito escuro.

< A primeira e a terceira precisam de travessões para podermos saber que são discurso directo, mas a segunda não.

Outra hipótese também poderia ser:

Amanhã vai chover, o céu está muito escuro.
< O uso de pontuação neste caso seria:
Amanhã vai chover disse o Manuel –, o céu está muito escuro.

(e neste caso só vou colocar a exemplificação do ciberdúvidas porque também eu tenho um bocado de dificuldade com esta parte e não quero dizer nada de errado. Vou ter prestar atenção quando editar.)

No caso de:

– Amanhã vai chover?
< Já vi escrito das duas maneiras em livros, portanto pode ser como a escritor acha mais correcto.
Amanhã vai chover? – perguntou o Manuel. 
ou

Amanhã vai chover? – Perguntou o Manuel.

Agora, espero ter aprendido um bocado mais sobre este assunto e não ter tantas gaffes quando acabar de editar a pontuação. 

E lembrem-se, não sou doida porque os centros comerciais também já têm tudo decorado para o natal e até já tenho o meu calendário de Natal.